Friday, February 23, 2007

Os gaimões




No meio do mato há umas cebolas selvagens, os gaimões, espigam no fim do Inverno e oferecem uma flor branca. Não sei que méritos têm, mas produzem abundante polen cor de salmão e são o sinal de partida para a primavera das colmeias.

Thursday, February 15, 2007

Hoje não é São Valentim

L
Hoje não é São Valentim, mas a tua claridade floresce na algazarra do mundo. Tropeço em palavras inuteis para explicar à evidencia, o quanto me habitas agora.

Hoje


Deixei o país das brumas e entrei na auto-estrada a caminho de Lisboa.
Para trás das costas ficaram os amanheceres do Alentejo, das serras de Mértola, da Alcaria Ruiva, aonde me espera o labor da Primavera urgente.
Na cidade grande, o trabalho é outro. Correr céca e méca com frascos e frasquinhos por lojas várias, e uma entrevista numa grande superfície. Fui munido de manhas mouriscas, truques óbvios de vendedor de impossiveis. Falei que me desunhei e fui salvo pela crença, pela fé, talvez pelo entusiasmo com que vivo o meu papel nesta vida. Acho que vou adormecer e sorrir, hoje.

Sunday, February 04, 2007

Os começos


Fui rápidamente às abelhas na serra de Alcoutim. Ontem era o dia da "experiência", o dia em que se visitam as colmeias, na saída do inverno, se avaliam o estado delas após a invernagem, no arranque para uma nova época. Fui ver o acordar da primavera, as rãs a cantar no barranco As amendoeiras floridas são a partida para a aventura anual da frutificação da natureza, pródiga de mel.

Uma campanha nada alegre

Aproxima-se o dia do referendo e as minhas dúvidas avolumam-se. Oiço uns e outros, e a todos eu dou razão nas suas meias verdades, aos quatro ventos proclamadas como certezas. Este não é um assunto que se possa discutir, é tudo uma questão de fé e a fé não se discute. Ou se tem ou não se tem. Há quem considere que às dez semanas, uma mulher carrega no ventre um ser humano e então vota não. Há quem considere que às dez semanas, uma mulher carrega no ventre uma coisa humana e então vota sim. Não acho que uns estejam mais errados do que outros, a questão é que ninguém no mundo me pode dizer seguramente quando é que se começa a ser pessoa. Sabê-lo, definiria o sentido do meu voto, porque não me é indiferente , como o não deve ser para o estado, que a verdade seja uma ou outra. Mas falta-me a fé, uma qualquer .

Thursday, February 01, 2007

Uma campanha alegre

A visita do nosso governo à China é uma campanha alegre. Começou caricata logo na génese da passeata. Por coincidência ou talvez não, nesta mesma ocasião, os governantes chineses que riscam alguma coisa, estão de visita oficial em África e não estão lá à espera de Sócrates e do seu governo pouco sóbrio. Logo, os figurões lusos estão a ver a paisagem. Mas o patusco chegou ontem. O nosso ministro das economias pensou seduzir os empresários chineses com os nossos baixos salários, julgando assim comover alguém por lá. Aqui, foi o carmo e a trindade, e muito bem. Todos se abespinharam, sindicatos, partidos, povo comum. Eu direi que foi um dia bem passado, a rir a bandeiras despregadas. Então o senhor pensava cativar algum chinês a vir aqui investir, com um argumento destes? Ganhamos mal mas um chinês ganha infinitamente menos e não está habituado a refilar. Na próxima viagem talvez o nosso ministro se proponha oferecer gelo aos esquimós do Ártico.....
Eu por mim, fico gulosamente à espera.