Monday, October 16, 2006

O principe

Hoje o dia está fusco e lembro-me do meu pai nos dias cinzentos.
Ele detestava dias de chuva, neles vinha à tona o seu lado sombrio, a amargura dos dias .
A ausencia do sol, era a ausencia da vontade de fosse o que fosse, e ele sentava-se a contemplar um ponto incerto nas paredes da vida.
Mas depois chegáva o sol a iluminar-lhe o rosto, a barba dourada, e ele reemergia das suas catacumbas, voltava à fala, os seus grandes olhos azuis marinhos cintilavam e voltava a ser o principe romântico, que ainda é hoje em mim.

1 Comments:

Blogger JPN said...

olha, é mesmo assim que me sinto, um personagem a carecer da minha fotosintese diária. e lembro-me também do teu pai diante do fogo da lareira da vossa cozinha. a propósito, um dia bom é quando tu telefonas lá das serranias algarvias. abç

4:09 AM  

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