Ir ao mar
Hoje o amanhecer chegou com uma falta qualquer ainda por identificar. Talvez esteja a nascer uma inquietação, um qualquer vazio de plenitude. Já não estava habituado a não sentir os dias todos como plenos e acordei estranhado.
É hora de ir a caminho da maresia, de pousar os olhos nos principes encantados aqui de casa, nos seus castelos de areia. E no final trazer o sal.
É hora de ir a caminho da maresia, de pousar os olhos nos principes encantados aqui de casa, nos seus castelos de areia. E no final trazer o sal.
3 Comments:
Mais tarde será tarde e já é tarde.
O tempo apaga tudo menos esse
Longo e indelével rasto
Que o não-vivido deixa
Sophia Mello Breyner
A Sofia ilustra o vazio com uma riqueza incrivel, e o Pedro também...
"O meu país sabe as amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul."
Sophia Mello Breyner
A escrita da Sofia acompanha-me na vida, muitas vezes me lembro do poema em que," quando eu morrer virei buscar os instantes que não vivi junto ao mar".
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