O capitalismo de Pétar
Na floresta mágica dos sobreiros, havia uns vizinhos muito particulares.
Era uma comunidade anarquista de alemães e alemoas, saltatitavam de rabos alçados pelo meio da vegetação das suas vidas. Eram económicos nas expressões, e o unico a quem se lhe podia ver os dentes, embora devagar, era o Pétar.
Este muito vagaroso homem, era um cristo teutónico, muito louro, cabelo comprido escorrido, cara comprida e grande nariz, era tal qual o crucificado em versão loura. Tinha uma ocupação que eu reconhecia, a sua horta no fundo do barranco, aonde cheirava a raposum, entre urgueiras e pés de marijuana avulsos.
A propriedade consisitia, à maior, em cerca de um metro quadrado, aonde vegetavam três rabanetes, uma alface, duas nabiças e mais algumas ralas unidades hortícolas. Ali levava ele as tardes da eternidade, regando, esperando o nascimento de alguma erva daninha e vendo crescer. Tinha um olhar húmido, parado numa qualquer trip mal digerida, para lá do Everest. A sua vida parou naqueles fundos de natureza brava, talvez a ver crescer. Aceitei como uma imensa condescendência a visita àquele jardim do fim dos tempos.
Mas a coisa não durou.
Os seus companheiros de rosto fechado, uns meros aparatchiks libertários, moveram-lhe o mais insidioso dos processos de intenção.Ele Pétar, estava rendido às pulsões do capitalismo infernal, era proprietário possidónio de algumas hortaliças e logo lhe mostraram o caminho de saída ao sonho da liberdade.
Anos mais tarde, voltei a encontrar Pétar numa Fatacil, não me reconheceu, mas era ele já sem ar de jesus das neves, enfarpelado num fato cinzento e com ar de consumista indestinto.
Era uma comunidade anarquista de alemães e alemoas, saltatitavam de rabos alçados pelo meio da vegetação das suas vidas. Eram económicos nas expressões, e o unico a quem se lhe podia ver os dentes, embora devagar, era o Pétar.
Este muito vagaroso homem, era um cristo teutónico, muito louro, cabelo comprido escorrido, cara comprida e grande nariz, era tal qual o crucificado em versão loura. Tinha uma ocupação que eu reconhecia, a sua horta no fundo do barranco, aonde cheirava a raposum, entre urgueiras e pés de marijuana avulsos.
A propriedade consisitia, à maior, em cerca de um metro quadrado, aonde vegetavam três rabanetes, uma alface, duas nabiças e mais algumas ralas unidades hortícolas. Ali levava ele as tardes da eternidade, regando, esperando o nascimento de alguma erva daninha e vendo crescer. Tinha um olhar húmido, parado numa qualquer trip mal digerida, para lá do Everest. A sua vida parou naqueles fundos de natureza brava, talvez a ver crescer. Aceitei como uma imensa condescendência a visita àquele jardim do fim dos tempos.
Mas a coisa não durou.
Os seus companheiros de rosto fechado, uns meros aparatchiks libertários, moveram-lhe o mais insidioso dos processos de intenção.Ele Pétar, estava rendido às pulsões do capitalismo infernal, era proprietário possidónio de algumas hortaliças e logo lhe mostraram o caminho de saída ao sonho da liberdade.
Anos mais tarde, voltei a encontrar Pétar numa Fatacil, não me reconheceu, mas era ele já sem ar de jesus das neves, enfarpelado num fato cinzento e com ar de consumista indestinto.
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