Thursday, July 03, 2008

Sem espinhas

Hoje já pouco penso em ti, mas ainda há dias me habitavas em carne viva, parece curto, mas é assim o meu sentido extremo da sobrevivência emocional. Nisto tenho sete fôlegos, ainda andava nas verduras da adolescência, quando caí no caldeirão fervente dos amores inviáveis. Nesses tenros anos demorei a vir à tona, trazendo a descoberta do antídoto que me afasta do precipício.
Mas por vezes distraio-me e o edificio abana.
Quando te voltar a ver, estarei outro sendo o mesmo, e para isso, em nenhum momento, precisei de te renegar, ou de deixar de achar que estivémos sempre bem no retrato.
Vou ver-te com os olhos limpidos dos dias bons e sei que os trabalhos, as conversas, recomeçam no exacto lugar em que ficaram pendentes.
Sem espinhas nem merdas.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home