Wednesday, August 08, 2012

Velho, da cinta para baixo

Talvez seja uma septuagenária tão fogosa como zelosa da harmonia do lar. Não o sabemos.
Já em nova era um prodigio de feiura e mesmo assim casou com um traste que percebendo não haver ali dinheiro aonde por as unhas, se pôs a mexer para lugar incerto, deixando-lhe um filho e o proprio pai para cuidar. Depois aviou mais uns quantos, dos quais não reza a história para alem do funeral. Já estaria pelos sessenta quando um deles se queixou do seu excessivo dinamismo nas praticas intimas. Concordei, o sexo cansa muito...
Este agora é rude e boçal, fala aos berros como se tivesse um trombone na goela, pobre diabo não aprendeu a falar de outro modo, terá concerteza algum mérito, talvez paciência, tão só estar ali ao lado a respirar. Fazem um casal pataroco, velhos e rélhos, meio vesguetas, surdos e qualquer deles com poucos recursos de entendimento, ainda arranjam  vida para terem umas ciumeiras light e habitarem uma casa de mutuas desconfianças patrimoniais.
Mas o pior, o verdadeiro desastre daquela harmonia, são as mulheres a dias, que não para lá nenhuma. Ela não consente lá nenhuma, ali assim de joelhos, com os quadris sacudidos a esfregar chão, aqueles traseiros são sempre obra do demónio, potenciadores de explosiva licensiosidade. Ela diz que ele é muito maluco com as mulheres, ele protesta no abrigo dos seus oitenta e seis anos, que não, é velho da cinta para baixo mas ela não vai em cantigas e a todas despede ao fim de nada, para admitir outra e outra, ou melhor, um casal é que era....
Afinal ainda há vidas apimentadas.

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