As sandalias dos romanos
Não é à toa que se chama José Mário.
Acho que não há nomes por acaso, frequentemente o nome vem-nos agarrado à identidade, à pele, e assim fica para sempre. Não conheço muitos Zés Mários para além do meu. Conheço o Branco, o Mourinho, o do Tamajoso, este com muito que se lhe diga também. Todos sairam maraus, dificeis, mas compensadores de energia, garra, carácter.
Hoje foi o ultimo dia do ano lectivo. O meu José Mário estava em pulgas. O caso não era para menos, era o ultimo e levava uma quadra aprendida para recitar. Foi lindo de se ver no alto do palanque, com um microfone na frente, cavalgou todo o povo da assistencia, sem vacilar. E o mais extraordinario nele, com oito anos, as sandálias.
Umas sandálias achineladas de pele que comprei na feira de artesanato de Alcoutim, um par para mim, outro para ele. Sucede que ele é a unica criança daquela escola que tal coisa usa, muitos lhe dizem ser isso coisa de meninas, mas sabe que já os romanos as usavam e basta-lhe gostar delas e lhe saber bem, para não haver ditos nem mexericos que lhe atrapalhem o caminho. Eis o que é um Zé Mário, a caminho de ser homem de pelo na venta e nariz empinado.
2 Comments:
Olhe que bom, ser-se como se quer ser, sem dar cavaco aos outros. Cá em casa tenho duas assim :)
grande zé mário!
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