O senhor Gabriel
Já há muito tempo que deixámos cair o senhor. Agora és o Gabriel e boa parte do que sou hoje como apicultor a ti o devo.
Quando aterrei no Alentejo, vindo da grande cidade, era apenas um projecto de pastor de abelhas, um diletante urbano em busca de uma suposta vida fácil.Tive a sorte de haver por aqui um homem como tu, com o gosto de transmitir saber e com inteligencia para o ter amealhado durante a vida, que algo me acrescentasse à pouca prática e às leituras em que vinha versado. Foi uma espécie de estágio iniciatico.
Nasceste em Mora e depressa percebeste que ali só haveria para o teu futuro, os pés atascados nas lavras do arroz ou o ácido esverdinhado do tomate a comer-te a pele. Rumaste a Évora e fizeste-te homem como tipógrafo. Certo dia, alguem te fez chegar a cisma das abelhas.
Viste como é lindo apanhar os enxames primaveris, gastar horas infinitas a olhar o vai vem das abelhas na sua lida, perderes-te no campo e no trabalho até ao cantar das primeiras corujas, acompanhar o ir e vir das estações que se sucedem numa cadência só igual na aparência. Depois nunca mais parastes, não te limitaste à rapina da cresta, foste sempre um observador atento da técnica de produzir mel e um pensador daquilo que observavas.
Eu cheguei verdinho, embriagado de ilusões e disperso nos meus interesses, em ti tive um bom conselheiro, um pronto socorro para todas as aselhices e dificuldades de engenho em que sou pródigo.
Confirmei contigo, vendo como acarinhavas uma cobra num dos teus apiários, que um apicultor digno é um óbvio ecologista e que a territorialidade tão tipica do ser português, é abominavel e só aos cães se perdoa.
Hoje estás velhote, mas ainda cá andas numa apicultura ronçeira, para onde a idade a todos nos remete, não será por dinheiro que cá andas, porque não há euros que paguem a coluna sempre esgadanhada e a indiferença geral por esta inexistencia de vida.
É por isto, e por causa de gente como tu, e se não pensarmos no resto, que isto ainda é uma vida bonita.
Quando aterrei no Alentejo, vindo da grande cidade, era apenas um projecto de pastor de abelhas, um diletante urbano em busca de uma suposta vida fácil.Tive a sorte de haver por aqui um homem como tu, com o gosto de transmitir saber e com inteligencia para o ter amealhado durante a vida, que algo me acrescentasse à pouca prática e às leituras em que vinha versado. Foi uma espécie de estágio iniciatico.
Nasceste em Mora e depressa percebeste que ali só haveria para o teu futuro, os pés atascados nas lavras do arroz ou o ácido esverdinhado do tomate a comer-te a pele. Rumaste a Évora e fizeste-te homem como tipógrafo. Certo dia, alguem te fez chegar a cisma das abelhas.
Viste como é lindo apanhar os enxames primaveris, gastar horas infinitas a olhar o vai vem das abelhas na sua lida, perderes-te no campo e no trabalho até ao cantar das primeiras corujas, acompanhar o ir e vir das estações que se sucedem numa cadência só igual na aparência. Depois nunca mais parastes, não te limitaste à rapina da cresta, foste sempre um observador atento da técnica de produzir mel e um pensador daquilo que observavas.
Eu cheguei verdinho, embriagado de ilusões e disperso nos meus interesses, em ti tive um bom conselheiro, um pronto socorro para todas as aselhices e dificuldades de engenho em que sou pródigo.
Confirmei contigo, vendo como acarinhavas uma cobra num dos teus apiários, que um apicultor digno é um óbvio ecologista e que a territorialidade tão tipica do ser português, é abominavel e só aos cães se perdoa.
Hoje estás velhote, mas ainda cá andas numa apicultura ronçeira, para onde a idade a todos nos remete, não será por dinheiro que cá andas, porque não há euros que paguem a coluna sempre esgadanhada e a indiferença geral por esta inexistencia de vida.
É por isto, e por causa de gente como tu, e se não pensarmos no resto, que isto ainda é uma vida bonita.
4 Comments:
ora meu amigo, está-te a dar com uma força para o contar!!! e que diferentes são as tuas histórias, os teus personagens. as tuas mil vidas. abraço
Que bom ler-te!
Ontem fui celebrar o meu amigo Pedrinho e de repente fui outra vez a Isabel das Cegonhas. Foi divertido e estranho, já que estou habituada a ser a isasikkim há uns anos.
A isabel das cegonhas, parece, foi e não foi outra vida.
A noite do Pedrinho foi muito divertida e falaram-me do teu blog, a João que eu já conhecia há muitos anos mas não sabiamos, nem eu, nem ela, nem o Zé, e foi assim que aqui cheguei. Não sem alguma luta porque ela não me disse o nome, só que eu devia ler e eu não percebo nada de blogs. Mas encontrei o teu e o do jpn.
Eu também comecei um, que ainda é só um esboço e que não é meu é deles, dos meus putos, mas encontras-me lá se fores procurando o Sikkim, que fica bem para lá de para lá do muro.
Dá notícias, gostava de te ver e a ti também ó jpn se continuas aqui pela praia.
Bjs aos dois
Espero por noticias tuas, por enquanto ainda não te consegui ler no blog e estou curioso das tuas novidades.Bjs
Bom dia! Que bela manhã em frente a um tijelão de porridge, framboesas e iogurte.
E que belas noites as tuas, não me importava de ter umas assim também, mas por agora parece-me que já tenho que chegue com que me entreter só comigo.
Notícias só assim porque já não tenho outros contactos teus. Os meus ainda são os mesmos de há muitos anos, se ainda os tiveres, tudo mudou mas os números são os mesmos. Se não, encurto-te o caminho, vai até ao Sikkim e vai ver aqui http://360.yahoo.com/escolasdosikkim ou directamente aqui http://www.4shared.com/dir/7362330/530cb612/sharing.html
É só uma pequena parte do que são os meus dias de hoje, mas são os últimos anos, é a isasikkim. Agora já há coisas novas, há outra isa que ainda não tem nome, so nse fôr a quimioisa ou isa da quimio mas isso conto-te quando falarmos ou então num outro blog que venha a surgir.
bjs e até já
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