Águas santas
Ele há sítios para onde ninguem vai. Aliás, quase ninguem.
Há uns ermos no alentejo, no quase deserto, aonde há água no verão. As águas santas são umas quase termas, não como Caldelas ou o Vidago, não são chiques, não têm relvados, piscinas ou árvores frondosas. Algum moçárabe ancestral descobriu nelas uma qualquer virtude paliativa ao reumático, um qualquer conforto para a pele e assim se iniciou a peregrinação a estes santuários improváveis.
Aqui por Mértola existem três, a de Besteiros, a da Morena e a mais incrivel, a Água Santa da herdade. É preciso fazer uns quilometros bons por estrada de terra, comendo o pó dos caminhos, até chegar a um sítio áspero, sem sombras, num barranco indigno de se chamar ribeira, entre loendros e estevais. Lá se encontram uns casebres de taipa, talvez umas mesas de pedra ou de pau carunchoso, e é tudo, para além de perdizes e lebres curiosas. A este lugar incógnito entre Mértola e Almodôvar, que parece nem no mapa dele constar nada ,aflui uma escassa romaria de gente em busca de uns banhos fornecidos a cântaros,dormidas improvisadas nos casinhotos, ou no relento ao agasalho das mantas, umas paródias com "mines" e jogo da bisca lambida.
Este sábado iniciam a época balnear da Água santa com acordeonistas e tocadores de baldão. Estou sempre curioso para meter o nariz neste Portugal que não é o das auto-estradas, da vida alucinante de rapidez, nem das esplanadas da praia. Este país da água santa, não é o mesmo do outro, que todos vemos desfilar a cem à hora. É outro país e não se mistura.
Há uns ermos no alentejo, no quase deserto, aonde há água no verão. As águas santas são umas quase termas, não como Caldelas ou o Vidago, não são chiques, não têm relvados, piscinas ou árvores frondosas. Algum moçárabe ancestral descobriu nelas uma qualquer virtude paliativa ao reumático, um qualquer conforto para a pele e assim se iniciou a peregrinação a estes santuários improváveis.
Aqui por Mértola existem três, a de Besteiros, a da Morena e a mais incrivel, a Água Santa da herdade. É preciso fazer uns quilometros bons por estrada de terra, comendo o pó dos caminhos, até chegar a um sítio áspero, sem sombras, num barranco indigno de se chamar ribeira, entre loendros e estevais. Lá se encontram uns casebres de taipa, talvez umas mesas de pedra ou de pau carunchoso, e é tudo, para além de perdizes e lebres curiosas. A este lugar incógnito entre Mértola e Almodôvar, que parece nem no mapa dele constar nada ,aflui uma escassa romaria de gente em busca de uns banhos fornecidos a cântaros,dormidas improvisadas nos casinhotos, ou no relento ao agasalho das mantas, umas paródias com "mines" e jogo da bisca lambida.
Este sábado iniciam a época balnear da Água santa com acordeonistas e tocadores de baldão. Estou sempre curioso para meter o nariz neste Portugal que não é o das auto-estradas, da vida alucinante de rapidez, nem das esplanadas da praia. Este país da água santa, não é o mesmo do outro, que todos vemos desfilar a cem à hora. É outro país e não se mistura.
1 Comments:
Não poderia estar mais de acordo com esta pequena descrição,da Água Santa,digo pequena, porque as palavras que possam descreve-la serão poucas,diante de uma beleza e pureza unica,com um cheiro caracteristico,dificíl de adjectivar,mas para tentar ver,ouvir,cheirar,saborear e tocar,vão lá,este sítio é unico,no mais profundo ALENTEJO
Suzel Candeias
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