Tuesday, February 10, 2009

Charlot

Já não sei porque me fui lembrar do Chaplin e falar nele aos meus filhos. Disse-lhes que era um artista total, um faz tudo, dirigia actores, representava, escrevia os argumentos, compunha músicas eternas. Fez parte da minha infância o Charlot. E nem tanto pelos filmes.
A minha tia avó foi casar à Bélgica e lá ficou, em Bruxelas. Habitava o meu microcosmos infantil, aquela tia da Bélgica mais o seu consorte, o tio Charlot que eu nunca vira. Só o conhecia dos filmes, das luzes da ribalta e outros que tais. Sonhava o dia em que ele chegaria lá a casa com o seu chapelinho de côco, bigodinho, os movimentos corridos e espalhafatosos.
Teria os meus nove anos quando o tio Charlot apareceu, mais a nossa tia, uma bela velhota morenaça, de olho azul. Não era o dos filmes, era um velhote de ar germanico, calvo, pesadão e de óculos escuros, redondinhos, mais parecido com um dos irmãos metralha em avançada idade. Pela porta, entrou o fim da fantasia.

2 Comments:

Blogger CCF said...

Já faziam falta...estas histórias!
~CC~

4:30 PM  
Blogger Pedro said...

Hear, hear

11:46 AM  

Post a Comment

<< Home