Monday, November 19, 2012

Recuadamente no tempo, reinavam as bruxas.
Se há benzeduras para o bem, tambem as haverá para o mal, digo eu, mas tambem não percebo nada disso.
Nesse tempo, havia-las. Era eu rapaz e andava assombrado, nem sei bem com o quê. Talvez alguem me desejasse mal e me encomendasse ruins intenções.
Fiz-me ao caminho por esses cerros, a Ti Chica morava junto à ribeira, lá por trás da serra, numa casa velh...
a de taipa, o homem apanhava peixe na ribeira, esgatanháva na horta e fazia seara para dar de comer ao macho. Ti Chica benzia quem lá fosse. Lá fui e ela me benzeu, porque assim e assado, desta e daquela maneira, fez as rezas, bocejando. Fiquei melhor, embora, pelo sim pelo não, me tenha ido benzer à vila, ao padre Pinho. Com os dois haveria de ser mais completo...
Conta-se que, belo dia , foi um cigano até áqueles ermos a benzer o mocinho enfermiço. Ela descansou-o, dizendo que saía dali bom, e a casa chegou morto. Diz o povo que o cigano voltou e lhe deu grande carga de porradas e se ouvia gritar várias léguas em volta. O certo é que se acabaram as virtudes.
Foi há trinta anos aquela noite mágica e primordial em que se acenderam os candeeiros da iluminação publica. As galinhas cantaram toda aquela noite inusitada, e acabou o reinado das bruxas, recolhidas no breu da noite

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