Indomável Arlete

Só tu para me pores em dia com o que realmente importa!
A indomável Arlete marcou a minha vida como a muito(a)s. Na sua casa, aonde se refugiavam tantos adolescentes de há vinte e tal anos, sabia oferecer a liberdade temperada pelo bom senso e o espaço de diálogo intergeracional que normalmente faltava nas nossas casas. A mim ofereceu-me a atenção curiosa das suas indagações que eram estimulantes. Com ela e com o Pedro entendi que a palavra solidariedade não era um chavão, era tão só a pratica da amizade. As portas abertas da casa deles, abriram portas na minha vida .
Os anos passaram e fisicamente afastei-me. Anteontem, deixou de haver todo o tempo do mundo, afinal esta mulher valente também era mortal.

Cheira aqui a bafio

O nosso primeiro ministro nunca me inspirou a minima confiança, bastou-me vê-lo chegar, e em que companhias. Como socialista que sou, óbviamente não votei neles. Mas a questão da licenciatura, é a urdidura típica da direita bafienta. Lembra-me a história do Mário Soares e da bandeira portuguesa em Londres e outras do género, insidiosas, em que eles são especialistas. E há tanto por onde atacar este governo e este homem. Mas esse tanto também eles subscrevem...

Os campos do Alentejo

Tive dias desenganados mas enfim, nas ultimas semanas, a providência desentranhou-se em raios, trovões e grossas pingas de chuva que fizeram correr os barrancos e florir a terra seca. Nos campos de Évora vamos voltar a ver o roxo da soagem.

A invasão dos aromas

Um apicultor na Primavera é um ausente. Em casa, nos amigos, no acompanhamento do mundo. Corro de apiário em apiário na assistencia intensiva a tudo, à recolha dos enxames que saiem em busca de nova casa, no dar-lhes espaço de progressão e produção.
Há uns rumores longinquos que do mundo chegam, apenas rumores. Eu só escuto zumbidos, e ás vezes rádio.Consta que o primeiro ministro....Nada de surpreendente! O camião segue pela poeira dos caminhos. Os nossos empresários.....pois! O futuro está naquela curva do caminho.
Invade-me o perfume das estevas, o indizivel aroma a mel de rosmaninho que se vive nos meus apiários.