Thursday, September 25, 2008

Serras do guadiana

É a menina dos olhos do produtor de mel. É este o mel que me envaidece, desculpem lá a imodéstia. Agora quero mostrar ao mundo como se faz, ao detalhe, ao correr das semanas que o ano tem. E já agora interagir qualquer coisa, para que quem compre fique mais perto de quem o faz. E mostrar como se faz para o encontrar e se possivel apreciar. É Serras do Guadiana e mais uma vez a amiga Sandra esmerou-se no design.

Wednesday, September 24, 2008

O sumo das amoras bravas



A tarde já decaia no Porto e aquele sábado estava feito na minha lidação. Iria começar um fim de semana chatíssimo e chuvoso na espera de segunda feira. Nisto, convocas-me para a festa, a magia da viagem. Foi o que eu quis ouvir. Num ápice vejo-me a percorrer a auto-estrada para lá do Alvão. Percorri o Minho ancestral até à rarefacção dos povos, entrei na terra de Basto, nas alturas do Alvão, num arrepio não de frio, mas de prazer. Eram os horizontes, as montanhas, os vales húmidos. Eram os olhos e o coração. Eu era um rei no caminho da coroação. À velocidade da vertigem.

Cheguei no lusco fusco como na porta de um santuário. Estavas à minha espera na entrada do povo, e pela mão entrámos no arraial. Havia uma vitela a assar em crime de lesa ASAE, cervejas e amigos espantados com o inesperado da aparição. O teatro da Rainha era a estrela, o teu clã estava de parabéns pela organização e pela ideia de fazer algo assim pela terra. Eu estava contente, orgulhoso de estar ali pela tua mão, tu a mostrares-me o teu habitat sentimental. A noite continuou pela adega da prima, bem provida de vinhos brancos e tintos, iguarias térreas e calor de acolhimento. Acabei semi-clandestino entre o granito do teu quarto, aonde me entronizaste ao acordar.

Segui a minha vida já o sol ia alto, perdi-me de euforia por estradas florestais, pelos contrafortes barrosões e tenho bem nítido aquele bosque de carvalhos, com os gaios grasnantes, aonde desfrutei da fruta dos silvados, o sumo das amoras bravas que doravante são o suco da minha vida contigo. Há dias que valem pelos anos. Os dias em que me surpreendes com o amor.

Friday, September 19, 2008

O azar de ser feliz

Pretendia o meu pai ter tido o azar de ter conhecido coisas boas, o travo da felicidade, bem como o aroma dos frutos ou a genuína bondade que aqui e ali se encontra. E proclamava este manifesto com a inocência de nos julgar incapazes de discernir o bom do óptimo. Lembro-me dele também, porque nesses dias o que nele residia, era o equivoco de não acreditar nos dias do devir.

Thursday, September 18, 2008

Equinócio

Nunca o verão me soube tão bem, nunca receei tanto o seu equinócio de chuva.
Estou à beira mar e lavo-me de maresia, tomo o sal dos olhos por sinais enganosos do corpo. E assim enfrento-me.

Tuesday, September 16, 2008

Rumo ao farol

Do Cabo de Santa Maria.....

Pés de areia


Enterrar os pés na areia, partir rumo ao farol.

Há dias de vida que me sabem como impressões em tinta de tipografia. Há dias que aumentam tanto ao tempo, que sou incapaz de lhes acrescentar palavras, que saberiam a redundância.

Eis-me calado, de pés na areia.