Irão os portugueses acabar?

Não creio, apesar do apelo do nosso cardeal patriarca, proclamando a necessidade de uma educação sexual vocacionada para a castidade. Não me pareçe que lhe façamos a vontade....

Natureza fria

Os apreciadores do Inverno já se insurgiam com mais uma incoerência da natureza. Mas lá chegou o frio com promessas de neve...

Mas só promessas, que até no clima são brandos os costumes desta terra.

Adopção ou uso capião?

Estranho mundo este. Com tantos psis, assistentes sociais, formadores de opinião e tanta gente versada, ninguém conseguiu intervir em devido tempo de modo a estabelecer sensatez e evitar que fosse para a justiça uma deplorável birra de adultos com criança pelo meio. O amigo JPN introduz um ponto de vista que tenho lido pouco e merece ser tido em conta.

Voam sobre a verdade

Um ministro à beira de um ataque de nervos, uns deputados mangas de alpaca e bastante bossais, um governante dos Açores que se tem em conta de humorista, toda esta gente parece escondida com o traseiro de fora. Que lindas coisas não se terão passado durante as aterragens nas Lajes, dos voos americanos a caminho de Guantanamo. Mais uma vez , não vejo o que é que um governo da direita assumida faria de diferente.

Olhar o céu em Monsaraz

Sim, ainda assim

Há oito anos votei sim sem pestanejar um pouco. Agora parece-me a questão menos evidente. Encontro excelentes razões para votar não, como as encontro igualmente excelentes, para votar sim. Sobra-me apenas um argumento para o sim. Para ser coerente com o que está para trás na minha vida, não posso pretender julgar ninguém, nem aceitar que o estado em meu nome o faça. Eu ser contra o aborto e não o conceber na minha vida futura, não me dá o direito a impor uma opção tão íntima a quem quer que seja. E é só por isto que eu lá vou pôr o voto no dia 11. Mas também vos digo que nunca votei com tão pouca paixão e tão pouca convicção como o farei nesse dia.

Amanhecer do trabalho

Nestas manhãs de nevoeiro, parto a molhar o nariz na sedução olfactiva dos meus apiários.

Vou ver como hibernam elas, como despertam para as promessas que hão-de vir.

Uma ou outra esteva erra e desponta uma flor acidental que os gelos se encarregarão de devolver ao solo.

Os ratos da serra colonizam colmeias mortas e abandonadas .

Um javali fuçou por ali e encostou numa colmeia que caíu para espanto e irritação das suas moradoras.

O sol demora a romper a névoa mas já há abelhas no ar, não está frio, e desperta em mim, ânsias das minhas exaustivas jornadas primaveris.

O escabroso dos dias amenos

Não há só os dias amenos do novo ano.
Sobra tanta pulhice à flor do planeta.....
Escolham o pior, o mais escabroso para a nossa espécie. O que será mais grave?
A execução de Saddham? O incrivel processo sem garantias de defesa ? O contentamento da Casa Branca? O espectáculo macabro da execução, oferecido pelas nossas televisões como se estivéssemos no circo romano?
E alegrem-se que pior é sempre possivel.

Bom ano

Poucas vezes senti o alento de um novo ano a começar. Há um ano, achei que dificilmente poderia ser tão mau como o que acabava. Hoje, tenho saudades do futuro.